LíLIA PORTUGAL MAGNAVITA
( BRASIL - DISTRITO FEDERAL)
Lília nasceu no Estado da Bahia e veio para Brasília em 1960, acompanhada de seu esposo, José Cardoso Magnavita de saudosa lembrança. Testemunha da inauguração da Nova Capital, Lília plantou aqui as suas raízes. Graduou-se em Pedagogia e em Economia, atuando como professora, economista e escritora.
Fez teatro, escreveu poemas, editou livros.
Coleciona prêmios, amizades e tem grande participação no movimento cultural de Brasília. Por sua obra poética, rimas e métricas, cantando os ângulos da vida.
Foto: O casal José Cardoso Magnanita e Lilia Portugal Magnanita.
TUNHOLI, Nazareth; FERNANDES, Meireluce. GENTE DE EXPRESSÃO III. Brasília, DF: 2012. 184 p. ilus. col. capa dura. No. 10 844 Exemplar doado por Meireluce Fernandes
para a biblioteca de Antonio Miranda.
A PORTA DO SÉCULO
Vamos! Partamos de mãos dadas.
É hora de sacudir a porta do século
e experimentar, sem medo, os seus
pesados gonzos e ferrolhos.
Transponhamos o umbral da porta,
depois que a boca imensa do vento
varrer o amálgama das escórias
dos homens vivos deste século.
Entre o fechar e o abrir da porta,
agoniza o espaço. Morre o tempo.
Nasce o absoluto e, no homem,
bate apenas um coração elétrico.
O FOGO
Homem, vieste da energia. E quem és tu
pra duvidar de tua origem?
Se energia é luz, que vem a ser o fogo
qual da imensa escuridão surgiu?
Acidente? Substância? Calor? Alma?
Do intelecto, átimo do amor
que é fogo? Fogo, que é luz?
Luz, que é Deus? Tu, à Sua semelhança?
Homem, és um campo luminoso
dentro de um Cosmos explosivo de energia.
Gênese de todo o movimento ao penetrares
na terra que a tumba hermética não confina.
E, tu voltando ao pó, retornas vida,
lançado do vermelho, do amarelo, do roxo,
do lilás, do azul, do branco no fulgor do fogo
és, da semântica, o próprio fogo!
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MAGNAVITA, Lilia Portugal. A PORTA do SÉCULO. Capa e vinhetas de Henrique Martins Campello e Paulo Luna. Prefácio de João Batista
Ponte. Brasília: Gráfica e Editora Independência Ltda., 1985.
No. 10 057
Exemplar da biblioteca de Antonio Miranda, doação do amigo (livreiro) Brito, em Brasília, DF 2024.
O Véu do Fim
Em minha volta há retratos e espelhos.
Grito asséptico, do reverso do tempo,
no avesso do amplexo frio e morto,
ao contrário do belo e do desejo.
Em volta de mim há a solidão da espera.
Elos da dor e o vertical do fazer teres
no acelerado galope do tempo! Sombria
da substância do meu último sonho...
Consideração da matéria e da forma
na máquina que se levanta à porta do século...
O Toque de Silêncio
Meus velhos companheiros de jornada!
O passado remotamente ecoa
pelos corredores do tempo!
Bate à aporta um novo século!
O Universo oscila em outro
Universo, que não posso ver.
Companheiros! O homem não pertence ao clã
e sim ao mundo, onde sem traços,
sem braços, carcereiro e prisioneiro
de uma civilização de ferro e de cimento
vai se recompor e recomeçar,
depois do pesado Toque do Silêncio!
O Meu Fazer
Eis o meu fazer. Fuga do tempo.
Momentos... e outros momentos,
um não-sei-que-diga,
que antes de mais nada é vida!
Eis o meu fazer... e de caminho
em formas fantásticas cria o pássaro
de ouro, que entoará um canto
de cristal, quando este meu corpo
der vida às flores outonais.
Eis o meu fazer, que dos caprichos
deste simples viver,
há de se tornar a poesia-maior
na maquinal rotina do acontecer,
a hibernar nos anos sem lembranças
ou nos raros instantes de certeza,
que jamais hei de me encerrar
num hermético cárcere de madeira!
Emanações
NASCENDO
e quando isto acontece,
recebemos as angulações
dos corpos celestes.
CAPTAMOS
forças que vão
desde o nascimento
até o material-fim.
FORÇAS
que correspondem às emanações
telúricas, que o Poeta
coloca nos seus versos.
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MAGNAVITA, Lilia Portugal. POESIA... ENQUANTO É TEMPO. Capa e vinheatas do pintor GUIDO MONDIN. Prefácio de Heitor Duprat de
Brito Pereira. Brasília: Gráfica e Editora Independência Ltda, 1981. 251 p. No. 10 104
Exemplar da biblioteca de Antonio Miranda, doação do amigo (livreiro) Brito, em outubro de 2024.
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Foto: https://www.google.com/
Brasília
Surge como um sinal de cruz alvissareira
no fértil Planalto Central do meu Brasil,
a Nova Capital verdejante, altaneira,
garrida de riquezas e promessas mil!
Ergueste Brasília num passo para a Glória,
sacudindo de norte a sul esta Nação!
Assinalando em oiro as páginas da História
e nos ligando, assim, insigne brasão!
Eis que o Gigante adormecido se alevanta!
E com braço forte semeia à sua gente
dádivas de feliz porvir que nos encanta!
Louvada seja a mão benéfica e obreira
do heróico brasileiro, ilustre Presidente
Juscelino Kubitschek de Oliveira!
Pioneira
Eu vi Brasília nascer
da fé de um povo,
que tem a sua história definida!
Eu vi Brasília nascer
vestida de flores campestres
e tocada pela lepidez dos passos das siriem as!
Eu vi Brasília nascer
do pó desprendido dos laivos
da construção, num gigantesco grito de liberdade!
Eu vejo Brasília crescer
no sorriso da criança feliz
e no ideal cívico daqueles que a construíram!
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Página ampliada e republicada em outubro de 2024,
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Página ampliada e republicada em outubro de 2024
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Página publicada em agosto de 2024
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